Ooie, gente!
Levanta a mão quem lembra de quando foi essa foto! \o/
Na Bienal, é claro! Bom, como falei para vocês no post em quem minha aventura literária foi descrita, fui especialmente no stand da Novo Século para comprar o livro Rio 2054 e acabei por encontrar com o querido "pai" da obra. Jorge Lourenço, com toda dedicação e carinho, acolheu os livráticos para uma boa conversa sobre o seu enredo. Nesse período, conversei bastante com ele e comentei sobre o blog! Assim, no mundo das redes sociais, entrei em contato e pedi para que o Jorge participasse de uma entrevista online para o TBW BR! E adivinhem só... Ele topou! Iupppps!
Assim, sem demorar mais, vamos conferir logo nossa exclusiva???
Aproveitem!
****
Olá,
Jorge! Seja bem-vindo ao The Best Words BR!
Muito
obrigada por aceitar nosso convite e responder, de bom grado, esta entrevista.
Ficamos muito felizes com sua disponibilidade e esperamos que curta nosso bate-papo.
Vamos começar??
1) Você se descreve no twitter como jornalista em horário comercial, poeta e escritor em tempo integral. Como você conseguiu conciliar tudo isso no processo de escrita de Rio 2054? Qual é a sua tática?
R: Mais ou menos um terço do Rio 2054
foi escrito de madrugada, em um tempo em que eu ainda estagiava no Jornal do
Brasil e estudava na UERJ. Foi bem complicado, mas me preparei reservando
determinados horários e seguindo-os minuciosamente.
No entanto, tive um pouco de
facilidade com Rio 2054. Os dois terços finais eu escrevi quando me demiti de
um trabalho e decidi que só voltaria a procurar emprego quando finalizasse o
livro. Foram dois meses escrevendo incansavelmente. Eu acordava escrevendo,
levava o notebook para algum lugar que me acalmasse – como Santa Tereza, cafés,
Palácio do Catete – e ia dormir pensando no que escreveria no dia seguinte. Foi
um período maravilhoso. Se pudesse, viveria só de escrever.
2) Bom, eu tive a honra de conversar um pouco com você na Bienal deste ano. Nesse dia, debatemos sobre distopias – nosso amor em comum - e sobre o mundo literário em geral. Contudo, não falamos sobre uma coisa. Como o seu amor pela leitura e pela escrita começou?
2) Bom, eu tive a honra de conversar um pouco com você na Bienal deste ano. Nesse dia, debatemos sobre distopias – nosso amor em comum - e sobre o mundo literário em geral. Contudo, não falamos sobre uma coisa. Como o seu amor pela leitura e pela escrita começou?
R: Bem cedo. Eu cresci lendo muito e
com muita facilidade para escrever. Logo na segunda série, minha professora me
pegou para corrigir redações de outros alunos junto com ela como exercício
porque viu que eu escrevia muito bem. Ainda no primário, eu escrevia histórias
de ficção científica e meus colegas de sala faziam fila para ler.
Fazer jornalismo também fortaleceu
bastante isso. Se antes eu já tinha apurado meu texto por conta própria,
trabalhar com produção textual de alta qualidade faz uma diferença enorme.
Sobre a leitura, acho que nem preciso falar. Seja Gabriel Garcia Marquez ou JRR
Tolkien, nunca deixei de ler. Em Rio 2054, você vê Miguel revirando os restos
de um sebo destruído em busca de livros. Me inspirei na minha própria
adolescência para isso, já que juntava o dinheiro do lanche para comprar
livros.
3) Quase todo autor revela que seus personagens “falam “ e “decidem” o que realmente vai parar no enredo. Isso acontece com você? Se sim, como é a sua “comunicação” com eles e qual é o seu momento de maior inspiração?
R: Comigo não é bem assim, rs. Os
personagens são realmente vivos e, enquanto você escreve, algumas coisas que
você não espera acabam acontecendo. No entanto, acho importante delinear bem a
história antes de escrevê-la. Se sua trama é de alguma forma complexa, ela
precisa estar muito bem amarrada desde o começo.
Eu não me comunico com meus
personagens, geralmente os coloco em situações e esquemas bem desafiadores e,
a partir daí, passo dias pensando como cada um reagiria. Honestamente, acho o
desenvolvimento da trama e a elaboração do roteiro a parte mais demorada da escrita.
4) O que te motivou a escrever sobre esse tema? Há muito de sua rotina, de sua vida, de suas amizades e de você mesmo em cada página?
R: Rio 2054 nasceu de várias coisas.
Nasceu da minha paixão por ficção científica, do desejo de fazer um futuro distópico
plausível, graças à experiência com jornalismo político e econômico que tenho e,
acima de tudo, da segregação social cruel que o Rio de Janeiro já vive.
Geralmente, olhamos para distopias
como cenários quase impossíveis, mas acho que já vivemos em uma. Cresci numa
favela do Rio. Cresci numa cidade onde você poderia ter um bairro com alguém
ganhando mais de R$ 50 mil e, a menos de um quilômetro de distância, outra
pessoa vivendo com menos de um salário mínimo. Onde uma pessoa pode estar à
beira da morte por não ter dinheiro para bancar um tratamento médico adequado
enquanto a outra gasta aquele mesmo dinheiro em uma garrafa de champagne.
Eu vivi muito destes dois lados
porque nasci num lugar pobre e estudei e trabalhei ao lado da ‘elite’ no
Colégio Pedro II e no Jornal do Brasil. Parte da segregação dos Escombros de
Rio 2054 veio dessa minha experiência pessoal. E, claro, o livro tem muitas
inspirações. Filmes como Blade Runner, livros como Neuromancer, mangas como
Akira e Battle Angel Alita.
5) Acredito que você seja um bookaholic. Assim, gostaríamos de saber qual foi o tamanho da sua listinha de livros para a Bienal. E, para completar essa pergunta, há algum livro que você passará para que os seus futuros filhos leiam?
5) Acredito que você seja um bookaholic. Assim, gostaríamos de saber qual foi o tamanho da sua listinha de livros para a Bienal. E, para completar essa pergunta, há algum livro que você passará para que os seus futuros filhos leiam?
R: Haha, a Bienal é uma época do ano
maravilhosa para ficar pobre. Só lá, foram uns 10, sem contar os que descobri
por lá e acabei comprando pela Saraiva depois. Sobre os livros que eu gostaria
que meus filhos lessem, há vários. Se eu conseguir fazer com que eles gostem de Harry
Potter, Senhor dos Anéis e Peter Pan na infância, já vou me sentir um excelente
pai.
6) Amante do que faz e feliz com a escolha de sua profissão, Jorge Lourenço só aparece sorrindo em suas fotos das redes sociais. Entretanto, se você tivesse que escolher outra carreira, qual seria?
R: Sempre gostei muito do Direito e
quase caí por esse lado na época do vestibular. Sou feliz como jornalista, mas,
se pudesse, jogava tudo para o alto e seria escritor em tempo integral.
7) O mercado editorial é muito concorrido, mas quando se tem talento, a obra ganha destaque. Qual foi a sua melhor experiência como autor?
7) O mercado editorial é muito concorrido, mas quando se tem talento, a obra ganha destaque. Qual foi a sua melhor experiência como autor?
R: Provavelmente foi a Bienal do Livro
do Rio de Janeiro. Algumas coisas maravilhosas aconteceram ali. Pessoas que
tinham comprado e curtido o Rio 2054 antes da feira vieram de alguns lugares
muito distantes só para ganhar um autógrafo. Outros saíram do estande da Novo
Século tão empolgados depois de uma conversa sobre o livro que levaram mais de
um exemplar.
Todo evento onde tem corpo a corpo
com leitor é muito emocionante. É ali que nós vemos o quanto vale a pena
escrever.
8) Com um certo tempo de caminho profissional, você já aprendeu diversas coisas com pessoas mais experientes. Qual seria a dica que você daria para os aprendizes da escrita e do jornalismo?
8) Com um certo tempo de caminho profissional, você já aprendeu diversas coisas com pessoas mais experientes. Qual seria a dica que você daria para os aprendizes da escrita e do jornalismo?
R: Nunca parem de
escrever. Escrever é um exercício e, como qualquer exercício, você melhora nele
a partir da prática. Leia, escreva, revise e, acima de tudo, aceite críticas.
Por ser jornalista, tenho a sorte de trabalhar profissionalmente com produção
textual de alto nível, o que me dá bastante facilidade para escrever. Mas nem
todos têm essa oportunidade, por isso é fundamental treinar e saber reconhecer
suas limitações. Já vi boas obras de escritores criativos naufragarem por conta
de escrita ruim e críticas ignoradas. Ao mesmo tempo, já vi escritores
melhorando MUITO a qualidade dos seus textos a partir de críticas alheias.
9) Depois do sucesso do seu escrito, podemos esperar mais “cheiro de livro novo” do queridinho distópico da literatura nacional? Se sim, você tem algum spoiler para nos contar? - Fique tranquilo, pois só nós vamos saber. Haha!
9) Depois do sucesso do seu escrito, podemos esperar mais “cheiro de livro novo” do queridinho distópico da literatura nacional? Se sim, você tem algum spoiler para nos contar? - Fique tranquilo, pois só nós vamos saber. Haha!
R: Tenho sim, haha. Já estou escrevendo
um livro de fantasia urbana que se passa no Rio de Janeiro. Ele vai contar a
história de um anjo caído, além de envolver vampiros, demônios e bastante
intriga. O que posso prometer é uma história com a mesma carga pesada de Rio
2054, mas com uma cara de dark fantasy. Estou muito ansioso para revelá-lo.
10) E para encerrar nossa entrevista, você poderia descrever, em uma palavra, o seu amor pelos livros?
10) E para encerrar nossa entrevista, você poderia descrever, em uma palavra, o seu amor pelos livros?
R: Em uma palavra? Poxa, aí já é
difícil. Se posso escolher só uma, ela é “fascinação”.
Bom, obrigada por dedicar uma parte de seu tempo para conversar conosco, Jorge.
Muito sucesso e realizações.
Abraços da Equipe do TBW BR.
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Amei saber mais sobre os bastidores de Rio 2054 e vocês? Bom, espero que tenham curtido e que corram para comprar essa obra!
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Ps: Já que você está logado, visite a nossa página também haha!
Beeijos e até o próximo "furo literário" ;)
Muito boa a entrevista...sem contar que ele é um amor de pessoa....obrigada mesmo Jorge por separar um pouquinho do seu tempo para nos abrilhantar com essas palavras....e mana, fica até chato eu te elogiar né??? pra variar amei o seu post...bjks e deixa eu ir terminar a leitura para a próxima resenha...afinal não quero mais ficar mto tempo sem dar as caras aqui...bjks
ResponderExcluirAh... Nem preciso falar nada sobre o Jorge... Ele é muito simpático! Gostei bastante desse papo com ele ><
ExcluirObrigada pelo apoio, mana! Beeeijos!